quinta-feira, 20 de junho de 2013

"Adultério"
Arme-se contra o inimigo!Rosana Salviano

"Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne. Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem." (Mateus 19:5,6)

Casamento já não é, na visão moderna, uma instituição sem mácula, santa e irrevogável. O papel que dá legalidade à vida comum entre duas pessoas do sexo oposto não tem mais valor - pode ser destruído a qualquer momento. De acordo com a revista Veja, a estatísticas mostram que em 2000 houve 112.000 divórcios no Brasil. 
Quando essa quantia é somada ao número de separações judiciais concedidas anualmente, cerca de 93.500, obtém-se uma dimensão do total de casamentos encerrados nos tribunais: 205.800 num ano. As cifras permitem também concluir que, de cada 100 uniões oficiais brasileiras, nada menos que 28 se encerraram com a chancela da Justiça no ano passado. Em 1984, eram apenas dez em 100.
Não há números exatos, mas as estimativas são de que a grande maioria dessas uniões acabaram por adultério - quando ainda não consumado, prestes a se tornar uma realidade. Nos Estados Unidos, uma pesquisa do periódicoPsychology and Christianity revelou que 65% dos homens e 55% das mulheres na casa dos quarenta anos têm vontade ou já tiveram "curiosidade" de viver um romance extraconjugal.
No seio da igreja cristã, onde aparentemente o casamento é mais valorizado, os índices também são assustadores. Um estudo da revista Christianity Today com 300 pastores mostrou que 23% deles admitiram um comportamento sexual inapropriado fora do casamento. A conclusão dos pesquisadores é que os valores da população cristã evangélica são quase os mesmos da população geral, pelo menos nos EUA. E servem para mostrar que é preciso estar em alerta. "Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar." (I Pedro 5:8).
As igrejas são constituídas por famílias, e famílias destruídas enfraquecem qualquer Ministério. Previna-se contra mais esse ataque do inimigo. Prevenir-se, é armar-se antecipadamente.

Porque os romances acontecem?
Para Dave Carder, autor de vários livros sobre família e casamento, há três tipos de relacionamentos extraconjugais. O primeiro, é aquele movido pela "atração fatal": são os romances de "uma noite apenas". O segundo, é aquele que surge num relacionamento de amizade e cresce, principalmente, por algum déficit no casamento. Este tipo de traição normalmente vem acompanhado de uma conexão emocional forte e envolve uma tarefa em comum - um mesmo ministério ou uma paixão compartilhada e correspondida. O terceiro tipo é aquele que envolve traumas e distúrbios sexuais, freqüentemente por uma iniciação sexual precoce, forçada ou não - o que pode gerar uma maldição ou criar uma ferida interior.
Na grande maioria das vezes, a infidelidade vem acompanhada de uma crise no relacionamento - seja ela evidente ou imperceptível. Isto porque o fato de procurar outro parceiro nada mais é que tentar suprir uma carência, afetiva ou sexual. Na década de 70, Marabel Morgan ficou famosa por mostrar ao mundo como recuperou o brilho junto a seu marido. Ela aliou princípios bíblicos a dicas práticas de convivência e através de um seminário para mulheres (que depois tornou-se livro), A Mulher Total, provou que muitas vezes o relacionamento esfria simplesmente porque os cônjuges não se importam mais com a beleza do namoro - o que torna o casal uma presa fácil para os relacionamentos extraconjugais.

Laços de alma
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso... Porque do coração procedem os maus pensamentos..." (Jeremias 17:9/Mateus 15:19)

Em alguns casos, o adultério não envolve uma relação sexual, mas um "laço de alma". É uma junção emocional, que pelos mesmos motivos citados no tópico acima, leva duas pessoas a compartilharem seus sentimentos - ainda que inconscientemente ou sem aquele sentimento de culpa. É o tipo de romance que surge das afinidades ou de uma amizade sincera e acaba alcançando proporções inesperadas. Nasce no coração.
Lúcia viveu um romance assim. Por vários anos, foi amante de Rogério - mesmo sem saber. Colegas de trabalho, eles passavam mais de oito horas do dia juntos, muitas vezes, mais do que passavam com seus cônjuges. Donos de um simpatia sem tamanho, a companhia agradável que um fazia ao outro na mesma sala do escritório de contabilidade diminuía o estresse das contas e números que os cercavam diariamente. Nunca falaram sobre seus sentimentos, mas Lúcia reconhece que muitas vezes escolheu a roupa que iria para o trabalho pensando no amigo de profissão. Ele, por sua vez, colocava-se como o defensor da moça cada vez que algo ameaça seu trabalho ou integridade. Aos poucos, tornaram-se confidentes. Um conhecia a família do outro, por isso ficava mais fácil compartilhar os problemas e trazer um conselho amigo. Daí para os primeiros contatos físicos, foi rápido. Sempre "brincando", Rogério segurava-lhe as mãos quando precisavam sair à rua por algum motivo (como se fossem namorados). Nos dias chuvosos, ela lhe oferecia abrigo no guarda-chuvas e os dois andavam pela calçada abraçados. Era como se o toque fosse necessário. Entre eles, não havia mau humor: só quando um sentia "ciúmes" do outro - sempre, é claro, por "amizade".
Um dia, quando Lúcia deparou-se pensando mais no amigo que no próprio marido, viu que algo estava errado. Mulher temente a Deus, orou e pediu para que o Senhor lhe mostrasse a direção. Poucos dias depois, mudou de emprego, para um melhor. No início, sem admitir que caíra num laço de alma - mesmo comprovando o livramento divino - sofreu pela falta do colega e o telefonava diariamente. Foi difícil deixar tudo para trás. "Sozinha eu não conseguiria", confessa.
Para o mesmo Dave Carder, esse tipo de romance tem influência poderosa e perigosa na vida do indivíduo. Entre aqueles que temem a Deus e não querem viver na prática do pecado, as lutas interiores acabam por ser inevitáveis. Elas ganham espaço quando surge a lembrança da outra pessoa em momentos inesperados e inoportunos e até na relação sexual com o cônjuge. É o tipo de traição mais difícil de ser curada: não há o pecado evidente do contato sexual e por causa disso, quando confrontados, muitos não admitem o erro e se isentam de qualquer culpa.

Para quem está preso na armadilha
Se você está lutando contra o adultério - físico ou emocional - e deseja deixar de lado esta prática pecaminosa, aqui estão algumas dicas:
  1. Peça para que o Espírito Santo coloque arrependimento em seu coração. Você precisa estar consciente do pecado para pedir e receber o perdão de Deus;
  2. Conte a seu cônjuge sobre sua infidelidade. Isso não dará legalidade para que o diabo lhe acuse futuramente. Se achar necessário, converse antes com seu pastor e líder espiritual para receber uma orientação sobre como proceder;
  3. Assuma o compromisso - perante seu cônjuge - de não mais encontrar-se com o(a) amante;
  4. Finalize o romance extraconjugal por carta, telefonema ou na presença do cônjuge. Depois, mude esses endereços e números. Isto não abrirá brechas para que você caia novamente em pecado;
  5. Fuja daquilo que lhe faz cair. Não freqüente lugares onde seu amante pode estar e se o encontro é inevitável - no trabalho, por exemplo - tente mudar de sala, ou se possível, até de emprego;
  6. Busque mais intimidade com Deus no seu dia a dia. Leia a Bíblia e ore em todo o tempo no espírito;
  7. Se possível, procure um Ministério específico para casais em uma igreja ou aproxime-se de algum casal maduro e temente a Deus. Não tenha vergonha em clamar por ajuda e começar de novo sua caminhada no casamento.
Para não cair na armadilha
Prepare-se para a guerra! Se você já foi traído(a) ou está vivendo um casamento feliz e abençoado (e pretende mantê-lo assim!), não descuide de seu relacionamento. Lembre-se que Deus é o comandante mas nós também fazemos parte do exército, por isso, é bom estar na batalha com as armas corretas!
  1. Comece cada dia ao lado de seu cônjuge com um beijo e um bom dia carinhoso;
  2. Mantenha um momento especial à sós para vocês dois, ao menos uma vez na semana;
  3. Aceite as diferenças do outro e olhe mais para suas atitudes;
  4. Dê presentes. Um diamante ou um bilhete amoroso e sedutor podem fazer o mesmo efeito;
  5. Procure ser tão agradável e bem-humorado quanto você gostaria que seu marido ou esposa fosse;
  6. Se você é a esposa, procure fazer com seu marido tenha "saudades de casa" ou de estar ao seu lado. Prepare surpresas para o jantar e receba-o bonita e cheirosa. Lembre-se que ele passa o dia no escritório ao lado de moças elegantes, perfumadas e que não descuidam da aparência - já imaginou o choque ao chegar em casa e encontrar uma esposa desleixada?
  7. Se você é o esposo, procure ser educado e respeitoso com a companheira. Tenha hábitos higiênicos e saudáveis;
  8. Compartilhe sonhos e seja incentivador do cônjuge;
  9. Dê ao outro a maior parte de seu tempo livre. Televisão, jornais e até filhos devem estar em segundo plano;
  10. Falem-se algumas vezes durante o dia pelo telefone - nem que seja só para dizer "olá";
  11. Pergunte ao cônjuge o que poderia fazer para deixá-lo mais feliz. E faça!
  12. Nunca termine um dia sem resolver as pendências do relacionamento a dois;
  13. Esteja disposto a também ouvir - em lugar de só falar ou reclamar;
  14. Faça programas que você nunca imaginou que faria mas seu cônjuge gosta. Mostre que por ele(a) você é capaz de renunciar suas próprias vontades;
  15. Vista-se todos os dias com a "armadura de Deus"(Efésios 6:10-18). Como o próprio texto diz, ela o ajudará a "ficar firme contra as ciladas do diabo";
  16. Não deixe de orar nem um só dia pelo seu casamento;
  17. Procure estar sempre em intimidade e comunhão com Deus - Ele é o mais interessado em firmar sua família na rocha;
  18. Assim como começaram o dia com um beijo, terminem sempre da mesma forma!
Rosana Salviano é
Jornalista do eucreio.com
(algumas dicas do texto foram baseadas em escritos de Steve Sthefens)
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